Lisboa 5 de Maio de 2012

Usain Bolt reproduz toda a hipocrisia e discriminação

15-04-2009 00:18

Ao que parece o consumo de canábis é de tal forma transversal, que recentemente vários foram os casos tornados públicos que envolvem atletas de alta competição. Desta vez foi Usain Bolt, atleta jamaicano recordista mundial das provas de atletismo de 100 e 200 metros que admitiu já ter fumado canábis quando era mais novo com os seus amigos de infância.

Porém, as declarações que prestou a esse respeito reproduzem toda a hipocrisia e discriminação com que o assunto é abordado recorrentemente.

Primeiro, errou ao generalizar e dizer que todas as crianças na Jamaica passam pela fase de fumar canábis, declaração que rapidamente veio desmentir e a pedir desculpa por ela.

Segundo, errou ao comentar e classificar de estúpida a atitude de Michael Phelps “apanhado” a fumar um bongo com canábis.

Terceiro, voltou a errar quando afirmou com orgulho e convicção que nem ele, nem ninguém próximo de si incluindo familiares fuma canábis, e que não se dá com esse tipo de pessoas.

Não sabemos que tipo de pressões e contradições possam ir naquela cabeça. Pode ter amigos bêbados desde que não fumem canábis?

Depois de admitir que errou ao generalizar sobre as crianças na Jamaica faz um comentário de ânsia moralizadora sobre a vida privada de outro atleta que nada tem a ver com ele.

Sendo da Jamaica este atleta poderia até ter-se lembrado da utilização cultural que muitos dos seus compatriotas fazem da dita planta, em vez disso o que ecoou nos media internacionais foi mais do mesmo discurso de moral proibicionista baseado na desinformação e no preconceito. 

Ver aqui as declarações:

no SCN

no Record

no Público

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