Marcha de 2010 já está na rua

Mais um ano passou e nada aconteceu neste jardim à beira mar plantado. Nada? Quase... As apreensões de haxixe e cannabis aumentaram de forma exponencial, deixando o consumidor comum nas mãos dos traficantes, que aumentaram os preços e adulteraram (ainda mais) a qualidade da “ganza” vendida”. Mas também há boas notícias. A Marcha Global da Marijuana (MGM) junta cada vez mais activistas e espelhou-se nna rede social do Facebook.

Começando pelo caso caricato de um festival onde foram apreendidas 169,13 gramas de haxixe e 4,8 gramas de liamba a 19 pessoas, os agentes das várias polícias portuguesas atacaram sem piedade os pequenos consumidores que foram aos festivais de Verão. A notícia do Público suscitou 73 comentários (eram mais, mas entretanto alguns foram apagados), na sua maioria a favor da legalização e contra esta perseguição a “miúdos que não tinham mais de 10 gramas cada um”, segundo um comentário.

Noutra operação, segundo o Diário IOL, foram encontrados “mais de sete quilos de «produto suspeito de ser haxixe», que daria para 36355 doses individuais, mais de cem gramas de liamba, cinco pastilhas de ecstasy, uma estufa com 18 pés de cannabis e respectivo material de manutenção e produção da mesma”. Ora, sete quilos a dividir por 36355, fazendo as contas ... Mas as grandes apreensões também foram notícia, com toneladas de haxixe a serem orgulhosamente exibidas pela polícia judiciária. Muitas plantações, de 4 a 23 pés de marijuana, foram também destruídas este ano. Segundo a Polícia Judiciária, o haxixe lidera as apreensões em grande quantidade - chega por via terrestre, em camiões TIR, e não de muito longe -, mas cannabis, heroína e cocaína são as drogas mais apreendidas. O que diminuiu, em 2009, foram as apreensões de cocaína e de heroína.

No plano internacional, o Brasil discute a legalização da maconha, depois da recomendação do o abrandamento da punição para usuários de drogas pelo o Ministério da Saúde, que reforçou a proposta do governo federal de rever a legislação no Brasil. O coordenador de Saúde Mental e Drogas do ministério, Pedro Gabriel Delgado, informou que o tema está sendo discutido no governo, que também propõe abrandar a pena para pequenos traficantes – uma medida que é criticada por autoridades da área criminal. No México, recentemente, foram mortas 13 pessoas, incluindo cinco agentes da polícia, numa zona com fortes ligações ao tráfico da marijuana e da cocaína. O tráfico continua a matar , sobretudo devido à política de repressão extrema que os EUA assumem em todo o mundo.

Para acabar com o tráfico, a única solução é a legalização, defende a MGM. O debate e encontro de activistas no dia 13 de Fevereiro foi apenas a primeira iniciativa de uma Marcha que cresce de ano para ano.

Hierba de los Caminos